“O objetivo do Prêmio é buscar e promover mulheres com talento, ideias inovadoras e potencial, porque é importante que todas as vozes sejam ouvidas”, afirma Beatriz Sánchez, Membro do Conselho Executivo e Head da Região Américas no Julius Baer.

A missão da segunda edição do Prêmio de Arte Julius Baer, ​​realizado em colaboração com o Museu de Arte Moderna de Bogotá (MAMBO), é homenagear a produção de artistas latino-americanas por sua pesquisa inovadora e influência na arte contemporânea, oferecendo-lhes patrocínio para desenvolver um novo e excitante projeto in situ. Este projeto será exposto no Julius Baer Hall, no terceiro andar do MAMBO, em julho de 2023.

“A arte está sempre do lado da convivência em meio às diferenças”

Antes da decisão do júri, Eugenio Viola, Curador-chefe do MAMBO, afirmou que: “com este prêmio, agora em sua segunda edição, o MAMBO confirma seu compromisso em promover a produção artística feminina e consolidar o espaço social para criadoras latino-americanas. Pelo empenho que demonstram em suas peças, as finalistas deste ano simbolizam a urgência e a necessidade não só do continente latino-americano, mas do mundo contemporâneo, lembrando-nos mais uma vez que a arte está sempre do lado da convivência em meio às diferenças.”

“A qualidade das cinco finalistas tornou a decisão deste ano extremamente difícil para os membros do júri”, explica Barbara Staubli, Historiadora de Arte e Curadora da Coleção de Arte Julius Baer. Após algumas discussões muito enriquecedoras sobre a singularidade da proposta de cada artista e sua contribuição para o discurso da arte latino-americana internacionalmente, o júri deliberou sobre a vencedora do prêmio.

E a vencedora do Prêmio de Arte Julius Baer para Artistas Latino-Americanas é… Ana Gallardo!

O júri concedeu o prêmio à artista argentina Ana Gallardo, que venceu a forte concorrência de suas colegas finalistas Sol Calero, Ximena Garrido-Lecca, Renata Lucas e Mónica Mayer.

Ana Gallardo

Ana Gallardo nasceu em Rosario, Argentina, em 1958, e hoje mora no México. Ela se define como uma artista política, dizendo que desde que começou a considerar-se uma pessoa criativa, quis que sua prática fosse de resistência e transformação, com a crença de que poderia tornar-se uma agente de mudanças.

Seu trabalho propõe uma forma de praticar a arte como lugar de rebelião e transformação. Ela lida com diferentes níveis de violência, e recentemente concentrou-se na violência envolvida no processo de envelhecimento.

Como parte de sua abordagem ao seu trabalho artístico, diz-se que ela se faz as seguintes perguntas, que depois ajudam a formar a base de suas peças: “Como vivemos? Neste mundo? Com estas emoções? Com este corpo? Nesta idade? Como você vive? Qual é a sua história? Quais são seus recursos?” Em busca de respostas, ela estabelece vínculos com outras pessoas, realiza oficinas e atividades que vão da dança à criação de uma horta. Estas experiências moldam uma amizade entre a artista e este grupo, e levam a um processo de trabalho que dá origem a peças abertas, desafiando o tempo e a linearidade.

No momento, ela coordena a escola Imán, La Verdi CDMX e dá aulas no Soma, México. Seu trabalho está sendo exibido no Es Baluard, o Museu de Arte Moderna e Contemporânea de Palma de Mallorca. Várias galerias e museus importantes, como o MUAC, Museu Universitário de Arte Contemporânea na Cidade do México, já exibiram o trabalho de Ana Gallardo, incluindo a Galeria de Arte Ruth Benzacar, em Buenos Aires, Argentina.

Ximena Garrido-Lecca

Ximena Garrido-Lecca, nascida em Lima, Peru, em 1980, mora e trabalha entre a Cidade do México e Lima. Estudou na faculdade de arte da Universidade Católica do Peru e concluiu uma pós-graduação, seguida de um mestrado na Escola de Arte Byam Shaw, em Londres, em 2004. Seu trabalho emprega uma gama de linguagens e materiais simbólicos que se concentram em destacar tensões entre conhecimentos ancestrais e estruturas coloniais. Ela usa referências históricas, assim como observações de diferentes objetos, arquiteturas e tradições que registra em suas viagens pelos Andes, onde o conhecimento de cada localidade foi se adaptando no contexto da modernização acelerada. Utilizando uma abordagem analítica da natureza, Ximena avalia as diferentes formas em que nos relacionamos com ela, questionando as estruturas de conhecimento, onde as noções patriarcais e coloniais continuam a ser predominantes.

O júri do Prêmio de Arte Julius Baer considerou excepcional o trabalho de Ximena Garrido-Lecca.

Sol Calero

Sol Calero nasceu em Caracas, Venezuela, em 1982. Estudou na Universidade Complutense de Madri e na Universidade de la Laguna em Tenerife. Ela vive e trabalha em Berlim, onde administra um espaço de arte ao lado de Christopher Kline, chamado Kinderhook & Caracas, em homenagem às suas respectivas cidades de origem. Seu trabalho gira em torno das noções de ancestralidade, cultura e a transformação de significado que os símbolos visuais podem sofrer na sociedade. Ela foi selecionada para o Preis der Nationalgalerie e nomeada para o Future Generation Art Prize em 2017. Seu trabalho foi recentemente exibido em mostras institucionais no Museu de Arte Contemporânea Kiasma, em Helsinque, e na Tate Liverpool.

Suas obras também fazem parte das seguintes coleções: Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris; CNAP – Centre National des Arts Plastiques, França; Musée Madre, Nápoles; Coleção Hiscox, Londres; Fondazione Cassa Di Risparmio Di Cuneo, Itália.

Renata Lucas

Renata Lucas, nascida em 1971, é uma artista brasileira. Seu trabalho concentra-se principalmente em interações temporárias em ambientes construídos já existentes, ampliando assim os limites do espaço arquitetônico e urbano e levantando questões sobre como nossa vida cotidiana e comportamento social são afetados pelos espaços ao nosso redor. Como artista, ela quebra as formas comuns e esperadas de superfícies e estruturas cotidianas, oferecendo perspectivas e caminhos alternativos para quem encontra seu trabalho.

“Sinto-me muito agradecida por ter ganho este prêmio. Sempre senti que era muito difícil. Admiro profundamente o trabalho das minhas colegas. É muito importante, neste momento da minha vida, poder realizar este trabalho que contém uma memória profunda, ancorada na minha própria história e que compartilho com outras mulheres. Obrigada pela confiança nesta peça”.

Suas instalações e intervenções espaciais subvertem de forma radical e lúdica as rotas e abordagens que nos são estabelecidas por arquitetos, proprietários e planejadores urbanos, e outros cuja autoridade define nossos movimentos e nosso senso de lugar. Em cada um de seus projetos, Renata Lucas começa com uma investigação pessoal do local escolhido.

Seu trabalho foi exibido na Tate Modern em Londres, na Bienal de Arte de São Paulo em 2006, no Instituto de Arte Contemporânea de Boston, na Bienal de Sydney em 2008 e na Bienal de Veneza em 2009. Em 2009, Renata recebeu o Prêmio de Arte da Fundação Ernst Schering em cooperação com o Instituto Kunst-Werke de Arte Contemporânea. Sua obra integra os acervos do Museu de Arte de Ribeirão Preto, do Museu de Arte Contemporânea do Paraná, do Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães, do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, do Museu de Arte Contemporânea de Barcelona, ​​da Coleção Zabludowicz e da Fundação Botín.

Mónica Mayer

Mónica Mayer, nascida no México em 1954, se define como uma artista feminista. Tal postura levou-a a questionar as definições tradicionais de arte e a buscar uma abordagem integral na qual, além do desenho, da performance e da prática social, a escrita, o ensino, o arquivamento e a participação ativa na comunidade são elementos fundamentais de sua produção.

Em 1983, Mónica fundou dois dos primeiros grupos feministas de arte do México: “Polvo de Gallina Negra”, com Maris Bustamante, e “Tlacuilas y Retrateras”, que surgiu de um workshop que ela deu na Escola Nacional de Artes Plásticas (UNAM) com a participação, dentre outros, da historiadora Karen Cordero e da fotógrafa Ana Victoria Jiménez. Em 1989, juntamente com Víctor Lerma, ela lançou o projeto Pinto mi Raya, cujo objetivo é estimular o sistema da arte e que, entre outras conquistas, reuniu um importante arquivo de arte contemporânea que inclui mais de 300.000 resenhas e entrevistas publicadas nos principais jornais nacionais entre 1991 e 2016.

Seu trabalho como escritora e palestrante tem sido abundante. Publicou uma coluna sobre arte no jornal El Universal durante 20 anos e escreveu vários livros. O mais recente é “Intimidades... o no. Arte, vida y feminismo”.

Sobre o MAMBO

O Museu de Arte Moderna de Bogotá é uma das principais instituições em arte e cultura da Colômbia. Fundado em 1953, sua missão é fomentar o pensamento crítico sobre as práticas artísticas e culturais no país e na América Latina como um todo.

Coleção de Arte Julius Baer

A Coleção de Arte Julius Baer destaca nossa cultura corporativa e contribui para nossa responsabilidade social ao apoiar artistas. “O Julius Baer coleciona arte contemporânea suíça há mais de quarenta anos”, diz Barbara Staubli, curadora da Coleção de Arte Julius Baer e membro do júri do Prêmio de Arte Julius Baer. “Temos o prazer de estender nossa longa tradição de apoio às artes visuais por meio do Prêmio de Arte Julius Baer para Artistas Latino-Americanas, agora em sua segunda edição. Em parceria com o Museu de Arte Moderna de Bogotá, estamos trabalhando para aumentar a visibilidade da diversidade de paisagens culturais e práticas artísticas na América Latina.”

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